A Casa da Música, no Porto, foi o palco do evento “Recuperação do Setor de componentes automóvel”, realizado no passado dia 18 de janeiro, no âmbito da apresentação oficial do Projeto Hi-rEV – Recuperação do Setor de Componentes Automóvel, com o objetivo de posicionar o cluster automóvel nacional nas cadeias de valor globais do carro do futuro, através da mobilização da indústria em torno do desenvolvimento, teste e demonstração de novas tecnologias, processos e produtos de nova geração.
Com a participação de key players do setor automóvel nacional, as sessões decorreram entre as 9h30 e as 13h, destacando-se a presença do representante do IAPMEI, Nuno Gonçalves, como keynote speaker, que abordou o tema do “Financiamento para as empresas nos próximos 5 anos” e do Secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, que assegurou o encerramento do evento.
Ao longo do evento e nas duas mesas redondas organizadas para debater os “Desafios para o setor dos componentes automóvel“ e a “Digitalização na indústria dos componentes automóvel“, sobressaiu a vontade demonstrada por todos os participantes para assegurar uma preparação robusta de toda a cadeia de valor, onde todos se mostraram habilitados para garantir a adequação de produtos e serviços, facilitadores de um setor dos componentes automóvel ainda mais competitivo.
Assim, aqui destacamos algumas das principais conclusões abordadas ao longo do evento:
- Portugal tem todas as condições para ser um parceiro de engenharia, através do conhecimento especializado e capacidade rápida de adaptação;
- A incerteza atual no setor automóvel também produz oportunidades para a inovação;
- Os motores de combustão ainda coexistirão nas cadeias de produção, lado a lado com os veículos elétricos por bastantes anos, pelo que será necessário continuar a otimizar processos produtivos, avaliar novas metodologias e novos materiais para garantir a constante competitividade do setor;
- Os novos materiais necessários para a construção dos novos veículos são um desafio para os fornecedores dos OEMs. Por isso, quanto mais célere for a inovação, mais capaz, competitiva e disruptiva será a resposta dada ao mercado para validação dos pressupostos de aplicação.
- A valorização das marcas e produtização (standardização) serão pontos essenciais para garantir a competitividade dos fornecedores da indústria automóvel.
- E a redução da incerteza, através da perceção de qualidade aportada pela marca será uma mais-valia, que irá oferecer maior rentabilidade aos players do setor.
- O setor automóvel é o principal mercado consumidor de ferramentas de corte, com 10% de share. Estudos apontam para que as novas necessidades de maquinagem de materiais propiciem um crescimento de 46% do volume de compras de ferramentas pelo setor automóvel até 2027, ou seja, esta é uma oportunidade importante a perseguir.
- No entanto, para trabalhar estas oportunidades será necessário garantir formação constante às equipas nas organizações, garantir a captação e retenção de mais e melhores talentos, que possam abordar as temáticas com proatividade e criatividade.
- Em suma, o sucesso ou insucesso da resposta às novas tendências de digitalização, industrialização robotizada, sensorização ou inteligência artificial, estará na capacidade crítica de decisão a captar e reter.